08 de set. de 2025
Para que serve a literatura? Para as escritoras Monique Malcher e Jeniffer Yara, a literatura é a própria vida – “pulsa, é inerente ao ser humano”, afirma Jeniffer; é “o gesto libertador de traduzir o absurdo e a beleza do mundo”, diz Monique. Com o texto à flor da pele, as duas autoras participam nesta sexta-feira, 12 de setembro, em Belém, da Oficina Terra Amazon-is, no Ateliê da Escrita da 2ª Bienal das Amazônias. O encontro de prática de escrita literária a partir de temas descritos será no Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), às 14 horas. Durante a programação, Jeniffer Yara irá lançar o livro “Terra Amazon-is” e Monique Malcher lançará “Degola”, seu primeiro romance.
Antropóloga, doutora em Ciências Humanas na área de estudos de gênero e artista plástica nascida em Santarém, oeste do Pará, Monique Malcher hoje reside em São Paulo. Seu primeiro livro, “Flor de gume” (editora Moinhos), ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura em 2021, na categoria contos. O romance de estreia, “Degola” (2025), acaba de ser lançado pela Companhia das Letras.
VEJA MAIS
Monique trabalha exclusivamente com literatura. Sua obra atravessa as inquietações humanas. “Meu processo criativo começa sempre ouvindo meu incômodo. Em seguida, vou para a pesquisa, conversar com as pessoas, fotografar, desenhar. A observação e o silêncio são grandes ferramentas também. Gosto de produzir questões mais do que tentar dar respostas”, destaca.
Na ocasião, Jeniffer Yara irá lançar o livro “Terra Amazon-is” (Foto: Arquivo pessoal/divulgação)
O convite para o Ateliê da Escrita, um Programa Público da Bienal das Amazônias, foi um presente, diz a escritora. “Creio na escrita como uma prática alimentada pela ação, pela pesquisa e também em algum nível pela magia. Mas é preciso treinar o olhar para o encontro com o outro. E diante desse encontro surge uma primeira ideia”, diz. “O mistério e a força dessa arte nos conectam, porque são tão indomáveis quanto os dias”, acrescenta.
Jeniffer Yara, 31 anos, natural de Belém, mora e trabalha em Macapá. Doutora em Estudos Literários e professora de Literatura da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), coordena o projeto de extensão “Palavras ao Norte: literatura de mulheres na Amazônia brasileira”, e é uma das mediadoras do Clube Leia Mulheres Ananindeua.
Monique Malcher lançará “Degola”, seu primeiro romance (Foto: Arquivo pessoal/divulgação)
Na escrita, Jeniffer trilha os caminhos que levam a reflexões sobre pertencimento e memórias afetivas. “Meu processo criativo se inicia com a leitura – de mundo, de livros, de outras literaturas – e com percepções sobre memória e identidade relacionadas à minha vida, sobre o que gostaria de emitir enquanto discurso poético”, disse.
Jeniffer organizou os livros “Crônicas paraenses: Novos olhares sobre cenas locais” (2021); “Um clássico para si: Livro de recomendações” (2022); “Letras em narrativas” (2022); e “Autoras de si: Narrativas de resistência e potência” (2024). Como autora, publicou “Sintomática” (2022), publicação independente; “Terra Amazon-is” (2025), pela Editora Minimalismos; e “Anticanônico” (2025), pela editora Folheando.
A participação no Ateliê da Escrita da Bienal das Amazônias amplia os horizontes da escritora. “A expectativa é muito boa para ministrar a oficina junto a uma escritora e amiga que admiro tanto, Monique Malcher. Sou professora, e, lidar com o público, trabalhando com o que eu amo, literatura, é fascinante, prazeroso e sempre único”, afirmou.
Serviço
Ateliê da Escrita da Bienal das Amazônias. Oficina Terra Amazon-is, com as escritoras Jeniffer Yara e Monique Malcher.
Local: Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), rua Manoel Barata, 400, Centro, Belém.
Data: 12 de setembro.
Horário: 14 às 16 horas.
Entrada gratuita.
Horários de funcionamento do CCBA: segunda e terça: fechado; quarta e quinta: 9h às 17h; sexta e sábado: 10h às 20h; domingos e feriados: 10h às 15h. A última entrada é sempre uma hora antes do fechamento.
Instagram: @bienalamazonias.
Powered by Froala Editor
leia também...
Bienal das Amazônias já integra a rede de Bienais de arte brasileira, diz Maria Marighella
2ª Bienal das Amazônias abre em Belém com trabalhos de 74 artistas e coletivos de oito países Pan-Amazônicos
Programação de fim de semana da Itinerância Bubuia em Macapá inclui atividades voltadas ao audiovisual e a moda nortista